Ainda foi ontem na cegueira prometida, que a lua crescia
Quando num raiar de momentos abalaste da minha vida
O beijo padeceu, sem nunca mais inclinar
Sinto que a viagem da tua vida te fez meditar
A incerteza do longínquo, possibilitaste furar
Cabelos longos e negros, fico eu a duvidar
O tacto do oportuno que teimas em não reflectir
Acabaste com o meu tempo madrugador sem repercutir
As dúvidas que se semeiam, com a distância do percurso
São inatingíveis com a tua filosofia de uso
Partes com um sorriso condizente com o normal
No adeus que foi feito, fica a duvida se te fiz algum mal
No repentino do momento da solidão sombria
Nas tuas vozes escritas eu dormia.
Percorria o caminho da ventura com a tua mão…
Mal acordei embati eu, na ausência da razão!
No teu afastado e decidido caminho de partida
Não anuis espaço a quem te quer abrigar…
Se não for no mesmo batimento da tua vida…
Quem te apanha não sabe que não és para encantar!
Vai, sai ou corre, mas parte para eu não te ver…
Nem sabes qual é o meu sentimento e já abalas de me amar
Jamais no teu olhar âmago me afogo, sem saber de lá bambolear
Dolorosa a partida que fazes, não é sã para se ter
Na triste acção que me inculcavas, no desejo ser o teu lado
Vi que afinal nem em brejos ou édenes é o lado a ocupar
Nas dúvidas constantes que a vida nos dá
No abismo ficaras, não sabendo que outro caminho há
Nesse teu desvio, oriundo do nada, vazio como o céu escuro da noite
Perdida estás, na procura da estrela polar
Queres voltar e não sabes como aqui abeirar
Fica bem nessa tua viagem, que eu não aqui fico para te…
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